quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Vivendo Mais. Mas Melhor?

Certo dia conversava com um colega sobre o caminho descendente da humanidade, tentando chamar-lhe a atenção para a necessidade de Algo superior ao homem, não só para nossa sobrevivência, mas também para nossa felicidade. Impressionou-me o fato de que ele afirmou não acreditar que estamos em uma espiral descendente, mas sim, ascendente. Afinal, houve grandes avanços na tecnologia, na medicina, nas comunicações, nas descobertas da ciência, etc.

Lembrei desta conversa ao ler a reportagem de O Globo, a qual utilizei na última postagem. A reportagem era sobre outro tema, mas abordou algo interessante. Em vinte anos, de fato, a expectativa de vida mundial aumentou 5 anos. Mas a matéria afirma: "aumentou a expectativa de vida, mas as pessoas estão cada vez mais doentes", citando o alcoolismo como uma das causas da má qualidade de vida, seguindo o tabagismo, que é o principal fator de risco de saúde na América Latina.

Longe de ser uma visão pessimista, ao refletirmos sobre os "progressos" do nosso mundo, percebemos alguns paradoxos:

- Estamos virando presidiários em nossas casas-bunkers e apartamentos-fortaleza para desfrutarmos da nossa "liberdade" em "total" (?) segurança;
- Temos as maravilhas da comunicação, que muitas vezes nos conectam às pessoas distantes e nos isolam das mais importantes: as reais, que estão ao nosso lado, em carne e osso;
- As maravilhas da computação e da internet, que nos fazem produzir como máquinas, trabalhar como nunca antes e migrarmos das doenças físicas para as psíquicas;
- A maravilhosa televisão, que faz-nos o favor de nos entreter com programas de altíssimo nível, nos poupando o desgosto das recreações simplistas com parentes, vizinhos e amigos e das monótonas atividades familiares;
- A maravilhosa e agonizante economia globalizada que com ganância alavancou-se até que, em questão de horas, derrubasse os mercados mundiais;
- A maravilhosa mobilidade, que tem poder de nos teletransportar em qualquer tempo e em qualquer lugar  ao aconchego de nosso escritório fervilhando de problemas.

Vou logo explicando: não sou tecnófobo - muito pelo contrário, sempre fui aficionado por tecnologia. Mas aprendi que a ciência, a tecnologia e as comunicações são apenas ferramentas. Avanço no conhecimento científico acumulado não significa avanço no que nos faz realmente humanos, no que nos distingue das máquinas e dos animais. Não existe nada de errado com o progresso econômico, científico e tecnológico, mas não devemos pô-los em um lugar que lhes é impróprio.

Talvez surpreendentemente também não creio que a solução está no ser humano. Cada vez que olho o ser humano vejo menos motivos para esperança. Ao contrário do que parece, não é um sentimento de desespero que me toma, mas sim de Grande  Esperança - esperança em Deus, que tem a solução perfeita para nossas mazelas. Graças a Ele que a solução é infinitamente melhor do que a melhor imaginação humana poderia conceber. O Seu livro está em nossas mãos. Deixemos um pouco nossos tablets e smartphones e olhemos um pouco para o lado e para o alto, para o alto...

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