terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Renascido do Dilúvio"

O título desta matéria é a transcrição, ipsis literis, do título de uma reportagem da Revista Veja, edição 2.144 de 23 de dezembro de 2009.

A reportagem conta sobre a descoberta, por parte de cientistas espanhóis, de que o mar Mediterrâneo foi formado em cerca de dois anos por uma inundação catastrófica. O Mediterrâneo banha o norte da África e o sul da Europa, e é o mar pelo qual o apóstolo Paulo navegava em suas viagens missionárias.

De acordo com a revista: “o Mediterrâneo atual nasceu de um dos mais espetaculares dilúvios já ocorridos na história do planeta. Há 5,3 milhões de anos [sic], também pelo movimento das placas tectônicas, de acordo com o estudo espanhol, a água do Atlântico se lançou com a força de um tsunami sobre as montanhas que o separavam do Mediterrâneo. As águas correram durante dois anos, com um fluxo equivalente a 1000 vezes o do Rio Amazonas atual, elevando o nível do Mediterrâneo em 10 metros por dia. Trata-se de um ritmo espantoso para acontecimentos naturais [sic] dessa dimensão. A erosão provocada pela correnteza violenta teria criado o Estreito de Gibraltar, estabelecendo a ligação que até hoje perdura entre o Mediterrâneo e o Atlântico. [...] Os cientistas sempre tiveram dificuldade em determinar a dimensão da enchente que devolveu o Mediterrâneo à vida – e quanto tempo ela durou. Achava-se que os registros da passagem da água tinham desaparecido das camadas de solo sob o Estreito de Gibraltar há muito tempo e que, portanto, seria impossível recuperar como o fenômeno se deu. Para levarem a cabo seu estudo, cientistas espanhóis se beneficiaram das prospecções feitas recentemente no estreito com vistas à construção de um túnel ligando a Espanha ao Marrocos, no norte da África. Durante as escavações, descobriu-se que as camadas subterrâneas do estreito abrigam um canal com 500 metros de profundidade e 10 quilômetros de largura. O canal tem formato de U, o que leva a concluir que é remanescente de uma enchente duradoura e de grandes proporções. ‘Até os anos 90, achava-se que a água que fez o Mediterrâneo renascer havia sido conduzida por rios’, diz o geólogo Garcia-Catellanos, que chefiou a pesquisa espanhola. ‘Agora, os cálculos das medidas da erosão mostram que ela só pode ter sido produzida por um fluxo violento de água’, ele completa. [...] Quem vê hoje os recantos paradisíacos do litoral do Mediterrâneo não o imagina como cenário de um cataclismo dessas proporções.”

Impressionantes as declarações destes cientistas! Note as palavras tanto da revista (que é, tradicionalmente avessa, a qualquer visão que não seja a da coalizão extremo-evolucionista doutrinária) quanto de Garcia-Castellanos!

Não entrarei na discussão dos métodos de datação que, preemptivamente utilizam a teoria das antiqüíssimas eras geológicas (viciosa, é verdade) como alicerce para seus cálculos, mas as evidências de um grandioso e cataclísmico dilúvio universal estão se tornando literalmente “uma verdade inconveniente”.

Porque os “cientistas” negam tão veementemente o dilúvio? Muito simples. Há dois anos li “A Origem das Espécies” de Darwin e na simples contemplação deste livro o leitor percebe, claramente, a forte dependência da teoria da evolução em relação às longínquas datas das eras geológicas. Se houve uma destruição recente da terra, e esta destruição pode explicar a coluna geológica como sendo, relativamente, muito jovem, ao invés de conter centenas de milhões de anos, a teoria da evolução rui completamente (embora existam, além deste, inúmeros argumentos contra a referida teoria).

Se a teoria da evolução rui completamente, então, Alguém nos pôs aqui, com fortes chances de ser O Cristo que foi morto e ressurreto (outro tema para exploração à parte). E essa ideologia afetaria a visão que a humanidade tem de si mesma e da sua responsabilidade para com o seu próprio futuro, criticando drasticamente seu modo de vida no presente, o que a maioria de nós não iria gostar nem um pouco.

É verdade que a ciência não pode relegar todas as respostas ao sobrenatural, pois então voltaríamos à Idade Média. Todavia, qualquer cientista com um mínimo de decência e honestidade reconhece a grande falha das teorias científicas em explicar as questões cruciais sobre nosso universo. Segundo a teologia, não é possível ao homem compreender o Infinito. Resta aos cientistas serem menos pastores de São Darwin, com suas tochas acesas contra qualquer um que ouse questionar suas crendices e superstições (leiam-se “teorias”). Resta aos religiosos serem mais cientistas e buscar a fronteira em que a ciência pode penetrar nos desígnios do Infinito, não almejando ultrapassá-la, tampouco se contentando em não alcançá-la.

Corrupção na Ciência do Aquecimento Global. E no Evolucionismo?

Nas páginas amarelas da edição de 23 de dezembro de 2009 da Revista Veja encontrei uma reportagem interessantíssima com o cientista político dinamarquês Bjorn Lomborg, de 44 anos. Ele é, segundo a revista, um dos mais respeitados entre os pesquisadores céticos em relação aos efeitos catastróficos do aquecimento global.

Este cientista, comentando sobre o escandaloso caso dos e-mails que retém argumentos contra a causa humana para o aquecimento global, diz que “havia uma inclinação evidente para não compartilhar dados com pesquisadores cujos trabalhos não reforçariam a teoria do aquecimento global. Possivelmente os dados foram mascarados [...]”. O cientista, ao contrário do que seria esperado, não acusa os envolvidos ou superlativa estes fatos, mostrando uma posição bastante sóbria. Até aqui nenhuma novidade, mas prossigamos:

“O que eles fizeram é muito sério e perturbador. Esses cientistas formam uma máfia que se apossou da questão do clima. Tive muitos problemas com essa máfia do clima. Quando estava escrevendo meu livro, tentei me corresponder com alguns daqueles pesquisadores que detinham dados pelos quais eu tinha interesse. Recebi de volta algumas mensagens em cujo campo de destinatário eu fui incluído por engano. Foram mensagens reveladoras. Elas diziam: ‘Esse homem é perigoso. Não forneçam nenhum dado a ele. Devemos ter cuidado em não deixar que nossas informações apareçam em pesquisas públicas’”.

Questionado pela revista em relação à atribuição da responsabilidade pelo aquecimento global à ação humana, pelo IPCC, o cientista prossegue: “[...] Se a maior parte dos cientistas diz que algo provavelmente vai acontecer, temos de agir de acordo com essa informação. O que não significa que não se deva garantir financiamento às pessoas que trabalham para descobrir erros nessa proposição. Deveríamos gastar dinheiro com as pesquisas dos céticos justamente para aperfeiçoar a informação que tem dominado os debates”.

A reportagem continua e, infelizmente, Lomborg parece acreditar que os problemas da humanidade se solucionariam completamente com o enriquecimento da população. Mas o que quero chamar a atenção aqui é o seguinte:
A população em geral, incluindo as classes mais educadas e abastadas, tende, via de regra, a dar um crédito aos cientistas mais do que estes mereceriam. Nos filmes, os cientistas deixaram de ser os vilões para se tornarem os salvadores da humanidade. Veja Lex Luthor (das histórias do Super Homem), que continua sendo vilão, mas décadas atrás era um cientista maluco e hoje se tornou mega-empresário ultra-capitalista. Nos últimos grandes sucessos de bilheteria, os cientistas são os mocinhos ou, ao menos, seus colaboradores (veja Independence Day, Twister, O Dia Depois de Amanhã, Hulk, Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, etc). Realmente, parece que a mídia e a população em geral confundem a ciência com os ditos dos cientistas. É um grande equívoco!

O que Lomborg mostrou, em adição ao que a imprensa já vem comentando nos últimos dias, é que os cientistas são tão falhos como quaisquer outros mortais (deveria ser óbvio, mas, infelizmente, não é o que a grande mídia tem se esforçado em propagar!). Eles são tão suscetíveis à inveja, ciúme, cobiça, interesses e medos quanto eu e você. E, neste ciclo, podem – assim como as demais classes – sacrificar a verdade e os princípios em prol dos seus interesses. Na realidade, algo que os criacionistas já sabem há muito tempo!

A questão é: Se nos estudos sobre o aquecimento global ocorrem estes problemas, o que garante que o mesmo não ocorra em outras áreas? No evolucionismo, por exemplo? Não poderíamos questionar que não existe espaço para opiniões discordantes da teoria da evolução? Será que todos os dados aos quais os cientistas têm acesso são trazidos ao público? Será que a interpretação destes dados se dá em uma luz imparcial e não-pragmática, estereotipada, do surgimento da vida? Ressalte-se que, além dos dados que apóiam posições contrárias, dos dados que apóiem o paradigma atual, existe um terceiro tipo de dados que é o dos que permitem dupla ou múltiplas interpretações. Estes dados estão sendo analisados sob todos os aspectos possíveis? Estão sendo trazidos ao grande público, custe o que custar? De acordo como entrevistado existe uma máfia em prol de certo viés no aquecimento global. Será que não existem outras máfias de cientistas, ligadas a outras áreas? Para mim, a resposta é muito clara.

Notem que o entrevistado defende que a oposição ao paradigma atual não seja apenas tolerada, mas também incentivada, como forma de desenvolver a ciência! Imagine você o financiamento (conforme sugestão de Lomborg) a pesquisas que busquem alternativas à evolução, em favor do design inteligente, por exemplo... Ceteris paribus, é praticamente impossível conjecturar isto.

O que acontece com as inúmeras evidências das mais diversas áreas da ciência, bem como os artigos científicos, que enfraquecem a teoria da evolução? Por que surgem cada vez mais evidências de um dilúvio cataclísmico de grandes proporções, e as informações não têm grande veiculação? Por que as várias falhas vexativas de interpretação dos diversos "elos perdidos" não foram apresentadas com o mesmo alarde que os artigos que as expuseram, ateriormente, como descobertas?

O questionamento não é a base da ciência? Mais uma vez, pergunto: por quê?