terça-feira, 25 de novembro de 2008

Calamidades

Devido às recentes chuvas torrenciais e em quantidades enormes, grande parte das pessoas está sem água, aqui em Florianópolis.

A cisterna do meu prédio se esgotou há mais de 24h, e hoje tomei banho de bacia, com um pano e o sabonete. Me considero uma pessoa feliz por tão pequena restrição, pois mais de 50 pessoas perderam a vida e dezenas de milhares estão desabrigadas neste exato instante.

Um quilômetro adiante pela rodovia onde situa-se o meu trabalho, carros e caminhões foram soterrados por uma avalanche de lama e pedras. Pessoas morreram e outra continua desaparecida.

Tudo isso me fez lembrar alguns trechos que li há não muito tempo. Podem soar impopulares, em um momento de tanta dor e aflição. Mas enfatizo veementemente que o pecado faz vítimas em todos os lugares - pessoas justas e injustas. Foi assim com o Próprio Filho - vítima inocente do pecado reinante. Alguns, de muitos textos, estão compilados a seguir:

"O fim está perto, e cada cidade será transtornada de todos os modos. Haverá confusão em todas as cidades. Tudo que puder ser abalado há de ser abalado, e não sabemos o que virá em seguida. Os juízos serão de acordo com a iniqüidade das pessoas e a luz da verdade que elas tiveram." Manuscript Releases, vol. 1, pág. 248.

"Tenho ordem de declarar a mensagem, dizendo que as cidades onde reina a transgressão, extremamente pecadoras, serão destruídas por terremotos, pelo fogo e por dilúvio." Evangelismo, pág. 27.

"Está próximo o tempo em que grandes cidades serão destruídas, e todos devem ser advertidos destes juízos vindouros. " Evangelismo, pág. 29.

"Não vem muito distante o tempo em que, como os antigos discípulos, seremos forçados a buscar refúgio em lugares desolados e solitários. Como o cerco de Jerusalém pelos exércitos romanos era o sinal de fuga para os cristãos judeus, assim o arrogar-se nossa nação o poder no decreto que torna obrigatório o dia de repouso papal será uma advertência para nós. Será então tempo de deixar as grandes cidades, passo preparatório ao sair das menores para lares retirados em lugares solitários entre as montanhas." Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 166.

"As profundidades da Terra são o arsenal do Senhor, donde foram retiradas as armas empregadas na destruição do mundo antigo. Águas jorrando da Terra uniam-se com as águas do céu para cumprirem a obra de desolação. Desde o dilúvio, o fogo bem como a água tem sido o agente de Deus para destruir cidades muito ímpias. Estes juízos são enviados a fim de que aqueles que consideram levianamente a lei de Deus e menosprezam Sua autoridade, possam ser levados a tremer ante o Seu poder, e confessar Sua justa soberania. Vendo os homens montanhas ardentes a derramar fogo e chamas, e torrentes de minério derretido a secar rios, submergindo cidades populosas, e por toda parte espalhando a ruína e desolação, o mais arrogante coração tem-se enchido de terror, e os incrédulos e blasfemos têm sido constrangidos a reconhecer o infinito poder de Deus. " Patriarcas e Profetas, p. 109

"A mortal letargia do mundo está paralisando vossos sentidos. O pecado já não vos parece repulsivo, porque estais cegados por Satanás. Os juízos de Deus dentro em breve serão derramados sobre a Terra. "Escapa-te por tua vida" (Gên. 19:17), eis a advertência dos anjos de Deus. Outras vozes se ouvem, dizendo: "Não vos impressioneis; não existe motivo para alarma especial." Os que, em Sião, se acham à vontade, clamam: "Paz e segurança!"I Tess. 5:3. enquanto o Céu declara que está para vir sobre os transgressores rápida destruição. Os jovens, os frívolos, os amantes de prazeres, consideram essas advertências como fábulas vãs, e lhes volvem costas com um gracejo. Os pais inclinam-se a pensar que seus filhos vão muito bem, e todos continuam deixando o tempo. Assim foi ao ser destruído o mundo antigo, e quando Sodoma e Gomorra foram destruídas pelo fogo. Na véspera de sua destruição, as cidades da planície tumultuavam em prazeres. Ló foi ridicularizado por seus temores e advertências. Mas foram aqueles escarnecedores que pereceram nas chamas. Naquela mesma noite a porta da misericórdia foi para sempre cerrada para os ímpios, descuidosos habitantes de Sodoma. " Testemunhos Seletos, v. 2, p. 75.

Infelizmente as pessoas têm sofrido com os flagelos nas cidades. Mas não posso deixar de lembrar que as cidades catarinenses mais afetadas pelas enchentes são, também, peculiares pela bebedeira indiscriminada (Blumenau - Oktoberfest, etc), licensiosidade (Itajaí - cidade portuária, um dois maiores índices de contaminação por HIV do país), condescendência (Camboriú, Florianópolis - internacionalmente conhecidas por suas "nights" intensas), Jaraguá do Sul (cidade altamente industrializada e com um dos maiores PIB per capita do país, com dificuldade de pregação).

Impopular mensagem, sim. Mas a negligência em advertir às cidades descuidadas é um pecado igualmente ofensivo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lula, nova ordem mundial e Bento XVI

Lula propõe na Itália nova ordem econômica mais humana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira a criação de uma "nova ordem" econômica mundial que dê prioridade ao ser humano e não à especulação financeira, depois de ser recebido em Roma pelo presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano.

"A atual crise financeira constitui uma extraordinária oportunidade para que possamos refletir sobre os erros e para criar uma nova ordem mundial na qual o ser humano, o trabalhador, o desenvolvimento e a produção cultural, científica e tecnológica sejam o verdadeiro motivo da economia e não a especulação financeira", afirmou Lula após a reunião no Palácio de Quirinale, sede da presidência.

O presidente do Brasil iniciou nesta segunda-feira uma visita oficial de três dias à Itália, durante a qual será recebido na terça-feira pelo chefe de governo Silvio Berlusconi, assim como pelos presidentes do Senado e da Câmara de Representantes, Renato Schifani e Gianfranco Fini, respectivamente.

A grave crise econômica mundial e a necessidade de atuar de modo coordenado ante a tempestade financeira global serão os temas chaves da agenda de Lula na Itália.

Antes de viajar a Roma, o presidente brasileiro inaugurou no sábado em São Paulo a reunião de ministros do G20, integrado por países desenvolvidos e emergentes, sobre a reforma do sistema financeiro. A meta era preparar a agenda para a reunião de cúpula de Washington deste grupo de nações em Washington, no dia 15 de novembro.

A economia será abordada sobretudo com Berlusconi, que apóia a ampliação do G8 (o grupo de sete países mais ricos do planeta, além da Rússia) a partir de janeiro de 2009, para que grandes países com economias emergentes, como Brasil, Índia, China e México, sejam incluídos.

"Tenho certeza de que um país como o Brasil pode dar uma contribuição significativa à elaboração de políticas coordenadas e incisivas a nível internacional", declarou Napolitano.

Lula será recebido na manhã da quarta-feira no Vaticano em uma audiência privada com o Papa Bento XVI. Uma delegação de ministros brasileiros se reunirá paralelamente com o número dois do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone.

Durante sua visita, Lula deve se reunir também com representantes dos sindicatos e a patronal italianos. Encerrada a visita à Itália, Lula viajará para os Estados Unidos para participar, no próximo sábado, da cúpula do G20, que reunirá as nações industrializadas e emergentes que concentram 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para analisar a atual crise financeira.

Fonte: http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200811101422_AFP_77614917&idtel=
(grifos acrescentados)

Comentário: É impressionante a velocidade da sucessão dos acontecimentos descritos na Bíblia e no texto inspirado. As crises mundiais podem se instalar repentinamente, bem como a conjuntura que polarizará o globo em dois extremos antagônicos.

Teoria da formação das galáxias em xeque

As teorias de formação do universo, ao invés de caminharem para maior elucidação, estão cada vez mais confusas e apontando para um universo muito diferente do que as teorias evolutivas apontam.

Segue abaixo, notícia na íngegra, publicada no site www.inovacaotecnologica.com.
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Fórmula cósmica derruba teoria da formação das galáxias
Redação do Site Inovação Tecnológica
29/10/2008

A busca pelas verdades fundamentais, pelas explicações mais básicas, pelo entendimento dos mecanismos primordiais da natureza - mais do que o aspecto mais apaixonante da ciência, esta talvez seja a própria essência do modo científico de pensar.

Normalmente, quando encontradas, essas explicações traduzem-se em fórmulas matemáticas. O exemplo mais conhecido é a famosa E = mc2, formulada por Einstein.

Mas o que fazer quando se encontra uma fórmula matemática, capaz de expressar uma grandeza fundamental, e simplesmente não se sabe do que se trata essa grandeza?

Teoria da formação das galáxias

Pois é justamente isso o que acaba de acontecer com os astrônomos que estudam a formação das galáxias. Da mesma forma que a vida, a existência das galáxias é um verdadeiro enigma - elas estão lá, mas como surgiram?

A teoria atual estabelece que a gravidade de aglomerados maciços de matéria escura - algo que não sabemos exatamente o que seja - atraiu grandes quantidades de poeira e gases que se espalharam pelo universo a partir do Big Bang.

Ao se aglomerar em quantidades suficientes, as massas de matéria ordinária que se formaram giraram a chave da ignição da fusão nuclear, lançando os primeiros raios de luz no universo.

Depois de formadas as estrelas, o processo teria prosseguido, aglomerando as próprias estrelas em galáxias pela atração gravitacional, a mesma atração que, ao longo de bilhões de anos, fez com que as galáxias nascentes engolissem as vizinhas ou se mesclassem, o que explica as enormes distâncias atualmente existentes entre elas.

Galáxias prematuras

É uma boa teoria, logicamente coesa e que faz sentido. O problema é que há exceções. E não são exceções distantes e longínquas. A nossa própria Via Láctea, como várias outras galáxias semelhantes, parece ser prematura, tendo nascido "cedo demais", sem que houvesse transcorrido o tempo que essa teoria exige para que sua formação faça sentido.

Em busca do elo perdido

Uma equipe de astrônomos, coordenada pelo professor Michael Disney, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, resolveu então estudar as galáxias em busca de um elo perdido que pudesse explicar o que elas têm em comum.

Ao encontrar essas características unificadoras, os cientistas acreditavam que poderiam descobrir uma regra geral que explicasse sua evolução e resolvesse o mistério da formação aparentemente precoce de algumas galáxias.

Parâmetro desconhecido

E eles descobriram algo ainda mais surpreendente. Depois de analisar 200 galáxias, eles verificaram que elas diferem em virtualmente todas as suas características - tais como luminosidade, formato, tamanho e quantidade de gases.

Ocorre que todas essas características são reguladas por um único dado, um número, provavelmente uma quantidade. Se você medir uma das características de uma galáxia em particular, você conseguirá calcular todas as outras propriedades fundamentais - luminosidade, formato, tamanho e quantidade de gases - usando esse parâmetro quase mágico.

Mas o que representa esse parâmetro agora descoberto? Bom, isto terá que ficar para o próximo capítulo, porque os cientistas simplesmente não sabem. Há uma verdade fundamental lá, uma solução simples e elegante, como eles gostam de dizer, mas que eles ainda não sabem explicar.

"O que mais nos surpreendeu foi a idéia de que uma população tão diversa é todavia controlada por um único parâmetro, ainda não identificado. Se você quer saber, isso atira toda a problemática teoria da formação das galáxias de volta na panela," disse Disney à revista Science.

Para conhecer outras pesquisas sobre a busca de verdades fundamentais, veja Em busca da "Partícula de Deus", O que aconteceu na noite anterior ao Big Bang? e Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço.

sábado, 8 de novembro de 2008

Ceticismo Científico

Ellen G. White, em Mente, Caráter e Personalidade, Vol. 2, p. 678. Um texto do Youth Instructor, de 31/01/1895, também encontrado na obra Medicina e Salvação, p. 90.

"O método geral de educação dos jovens não satisfaz a norma da verdadeira educação. Sentimentos céticos se entretecem no assunto tratado nos compêndios escolares, e os oráculos de Deus são postos numa luz questionável, ou mesmo objetável. Assim a mente dos jovens se familiariza com as sugestões de Satanás, e as dúvidas uma vez entretidas tornam-se, aos que as entretêm, fatos seguros, e fazem-se pesquisas científicas enganosas, por causa da maneira em que suas descobertas são interpretadas e pervertidas."

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Darth Vader Financeiro

Acabei fazer o post anterior, e fui assistir à uma reportagem do Jornal do SBT.
Nela, as informações que pus na postagem anterior foram confirmadas: o governo americano anunciou nacionalizar parte de 9 grandes bancos do país, entre eles o Citybank e o JP Morgan. Bush disse que é "uma medida temporária", para sanar a economia. Os bancos tiveram que aceitar, a contra-gosto.

Ou seja, agora o governo americano é sócio dos grandes bancos de alcance e influência mundial.

Se você acompanhou Star Wars (fez mal, eu e você não deveríamos ter perdido tempo com isso), deve relacionar a conspiração do chanceler Palpatine para a centralização do poder que, no episódio III de Star Wars, o transformou no Imperador Galáctico (risos).

A Crise Financeira e o Cenário Profético

Para solucionar os problemas dos bancos com a crise financeira (vide postagem anterior), os governos têm investido de maneira pesada nos "pacotes econômicos".

Resumidamente, significa usar dinheiro do contribuinte para comprar ações de bancos à beira da falência e títulos de baixa credibilidade no mercado (títulos podres), para manter os preços e gerar estabilidade no sistema financeiro. Já vimos isto no Brasil algumas vezes. Significa, também, reduzir juros para fomentar o mercado, reduzir impostos, conceder isenções e incentivos.

Tudo bem, e daí?

Bem, lembram quem está comprando os títulos e as ações? - os governos das nações afetadas. Eles estão comprando ações e, com isso, (na maior parte dos casos) direito de administrá-las. Os incentivos e auxílios aos bancos têm permitido que os governos tenham ingerência sobre as instituições ajudadas.

Algumas constatações importantes:

1. A crise mostrou a fragilidade do sistema financeiro e a incapacidade da "auto-regulação" do mercado. A ganância dos players tem mostrado que o mercado é mais imaturo do que se pensava, e a proposta neo-liberal de interferência zero do governo nele está cada vez mais desacreditada. Neste cenário, surge o salvador da pátria - o Governo.

2. O governo cobrará seu preço pela interferência em benefício dos desesperados. Se tornará um pouquinho "dono" das instituições e organizações ajudadas, com poder de tomar decisões. Banqueiros serão mais auditados do que nunca. Políticas de salários, bonificações e PLR (participação nos lucros e resultados) serão revistas e controladas pelo governo. Ou seja, o Governo terá muito mais poder dentro das instituições, e mesmo sobre os indivíduos.

3. Centralização do poder: George W. Bush - o homem mais poderoso da Terra - , além de ser o centro das atenções nas questões militares, ambientais e políticas, agora consolidou sua posição como figura-chave da economia. Com a fragilidade do mercado exposta e a sua submissão servil ao governo, o presidente dos Estados Unidos passa a dar as regras de forma mais clara, nas questões financeiras.

4. Os Estados Unidos reafirmam sua liderança e hegemonia. Em matéria publicada hoje (14/10/08) no invertia, um colunista do Wall Street Journal diz que a saúde financeira americana é melhor que a de todos os outros países. Entre outros motivos, porque seu pacote de ajuda representa menos de 5% do PIB nacional, enquanto os pacotes dos demais países chegam a passar de 12% do PIB de suas respectivas economias. Ou seja, a crise foi instalada nos Estados Unidos, e os maiores prejudicados são seus aliados. Todos os pacotes econômicos das nações afetadas pela crise serão totalmente inúteis se o mercado americano não reagir aos incentivos.

5. O Papa está mostrando ser um guru espiritual da economia, oferecendo conselhos aos desafortunados e palavras de orientação aos detentores do capital.

O cenário está, conforme as profecias indicam, consolidando a força dos Estados Unidos e demonstrando seu poder. O governo americano está ganhando preciosos palmos de terreno que o permitirão tomar decisões mais autoritárias no futuro. Ao mesmo tempo, a Europa está cada vez mais longe de alcançar a estabilidade financeira que permitiria uma transição para uma economia unificada - conforme profecia da estátua de Daniel.

A Bíblia fala que em breve serão as questões morais e religiosas que passarão a ter maior interferência do governo americano e da liderança papal. Hoje, muitas pessoas podem achar isto absurdo. Talvez as mesmas pessoas que achavam absurda a idéia de uma quebradeira gigante no sistema econômico das nações mais ricas do planeta.

Entenda a Crise Financeira

Na segunda-feira passada (6/10) fiquei bastante surpreso com a entrevista de um filósofo/economista no Jornal Nacional. Ele afirmou que as pessoas não devem colocar suas esperanças e realizações em ganhos financeiros, após uma série de notícias a respeito da tragédia nas bolsas. Fiquei pensando: a Bíblia dá estes mesmos conselhos há dois mil anos, e a inspiração há pelo menos 100.

Mas você sabe como e por que as bolsas estão em colapso?

Bem, todos já vimos as matérias dos jornais que ligam a crise atual com o mercado imobiliário americano. Vamos a algumas ilustrações bastante didáticas (me perdoe se você conhece, possivelmente melhor do que eu, o mercado financeiro):

Imagine que você tem uma casa que vale R$ 100 mil. Com o passar de alguns anos, os investimentos feitos em seu bairro e a crescente procura por imóveis na sua cidade, a sua casa tem seu valor de mercado aumentado para R$ 300 mil. Não só a sua, mas a maior parte das casas do país começam a seguir um aumento de preços semelhante.

Imagine também que os bancos, em uma época de vacas gordas, possuem muito dinheiro para emprestar. Ora, dinheiro parado no banco é prejuízo para ele. Ele tem que emprestar, para gerar lucro maior do que o juro que ele paga aos depositantes (o que chama-se de spread). Como os bancos já emprestaram para quase todas as pessoas que têm emprego, com bons salários e com patrimônio (os bancos chamam estes clientes de baixo risco, risco A, etc), eles precisam procurar novos nichos de mercado.

Como não conseguem expandir seus negócios entre o risco A, por saturação, por concorrência, por falta de poder de barganha, eles começam a oferecer empréstimos para os clientes que não têm empregos tão bons, que não têm tanta renda e que não têm tantos bens em garantia. É claro, os juros para estes clientes são mais altos! Como garantia, eles hipotecam (alienam, penhoram) os bens que são objeto do financiamento, e contratam seguros sobre os financiamentos (obviamente pagos pelo devedor). Este é o famoso mercado subprime: empréstimos imobiliários de risco maior (menor qualidade do crédito).

Imagine que o Banco X resolve emprestar dinheiro para o Sr. Malazarte, profissional autônomo, sem bens imóveis (entrando no segmento subprime). Malazarte resolve comprar a casa de seu vizinho, no valor de R$ 200 mil, financiada pelo Banco X, com pagamentos ao longo de 30 anos. A casa fica hipotecada ao Banco X, ou seja, se Malazarte não pagar sua dívida, o Banco X tomará a casa dele. Mais: como você é um bom cliente, o Banco X também oferece R$ 200 mil (sua casa vale R$ 300 mil) para você, e como garantia, você hipoteca sua casa. Você aceita. Muitas pessoas no país estão fazendo negócios como este.

Os bancos têm um artifício muito comum, em todo o mundo, de vender suas dívidas. Como assim? - Eles emitem títulos no valor das dívidas e atrelados à elas (como a sua e do seu vizinho Malazarte) e criam fundos de investimento para pôr no mercado. Desta forma, eles conseguem mais dinheiro para continuar operando. Muitas pessoas e empresas compram estes títulos, em todo o país, pois o mercado está muito otimista, e a inadimplência (calote) é baixa.

Tudo corre muito bem por algum tempo, mas logo a euforia do setor imobiliário começa a arrefecer e os imóveis, de maneira geral, começam a perder seu valor. Com o passar do tempo, sua casa, que valia R$ 300 mil, agora está valendo apenas R$ 80 mil. A casa do seu vizinho Malazarte, agora vale R$ 50 mil. Mas a dívida dele, com o Banco X, é de R$ 200 mil, mais os juros, que não são poucos. Sua dívida também é parecida com a dele.

Como a situação da economia em geral está piorando, as prestações dos financiamentos começam a ficar muito altas. Malazarte deixa de pagar suas dívidas, pois raciocina: "por que eu vou pagar mais de R$ 200 mil em meu imóvel, se ele agora vale apenas R$ 50 mil? Se o Banco X quiser tomar, ok, vou poder comprar outro imóvel muito melhor, com menos dinheiro". O problema é que uma parte muito expressiva das pessoas começa a pensar assim.

O Banco X começa a executar algumas hipotecas, mas o valor dos imóveis não cobre, nem de longe, a dívida que eles geraram. O tempo e as custas judiciais consomem quase todo o valor dos imóveis. Os bancos perdem liquidez (capacidade de ter dinheiro à disposição, para honrar os compromissos e os saques). Eles começam a pedir as indenizações das seguradoras, em relação aos contratos de seguro feitos nos empréstimos. Mas as seguradoras, que contavam com um índice de inadimplência muito menor, não têm dinheiro para pagar as indenizações, e começam a falir.

Todos os títulos que os bancos puseram no mercado, baseados nas dívidas dos clientes subprime, têm seu valor extremamente reduzido, pois todos estão vendo que ninguém vai pagar por eles. Estes são os títulos podres, que você deve ter ouvido falar. Ou seja, empresas e pessoas físicas que os compraram perderam seu dinheiro. Umas pouco, outras muito. E mais: como os bancos estão à beira da falência, todos os seus papéis, inclusive as ações, começam a valer muito menos.

Se os bancos estão ruins, muito de perto segue o setor financeiro. Os valores mobiliários (ações) sofrem quedas sucessivas nas bolsas porque, assim como sua casa e a do Sr. Malazarte, não tinham valor real semelhante ao valor de mercado. O preço das ações também é dado de acordo com a oferta/procura, com o otimismo e com a confiança do mercado.

O mercado financeiro está alicerçado na confiança. Se esta está em baixa, a recessão se avizinha. Pode-se dizer que a economia mundial é um elefante se equilibrando na corda bamba.

Todas as pessoas que têm colocado sua esperança no dinheiro, nos bens, têm estado bastante preocupadas nestes últimos tempos. Mesmo investimentos "seguros" não podem ser considerados invulneráveis. Lembram o que o governo Collor fez há 15 anos atrás, congelando os depósitos dos clientes nos bancos?

Terras podem ser perdidas, desvalorizadas, tomadas, invadidas. Ações podem desvalorizar. Empresas podem falir. Onde as pessoas têm depositado suas riquezas?

Mt 6:19 "Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
"20 mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam."

Tg 5:2 "As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão roídas pela traça."

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ir para onde a maré vai...

Assino a Info Exame há mais de quatro anos, e sempre gostei muito da coluna do John Dvorak. Gosto da coluna do Dagomir Marquezi também, principalmente depois que vi ele dando depoimento no DVD "A Carne é Fraca" (depois descobri que ele é espírita).

A coluna do Dvorak, na edição de outubro, me chamou a atenção, porque ele vem elogiando o iPhone da Apple. Achei estranho e resolvi procurar em algumas edições anteriores da Info, pois me recordava de uma coluna em tom diferente.

Não precisei procurar muito: na edição de agosto, encontrei o colunista se mostrando bastante cético e ridicularizando em certa medida o gadget da Apple.

Bem, e daí? O que isso tem a ver? É que as pessoas vendem suas opiniões muito rápido, quando se trata de acompanhar a onda do mercado, da moda, das finanças... O iPhone continuou o mesmo: o que mudou foi o colunista.

Não estou me posicionando contra ou a favor ao aparelho ou ao autor, o que eu penso que deve haver é solidez e consistência nas opiniões.

Com a política é a mesma coisa. Quantos de nós já não ficamos revoltados com o pula-pula de legendas? Quem já não se sentiu traido ao ver o seu candidato eleito renegar as suas filosofias a fim de acompanhar a onda?

E com a religião? Quantos não têm abandonado sua fé, apenas para não serem "do contra", ou para obterem benefícios imediatos frente a dificuldades? Veja o caso dos companheiros de Daniel: quantos judeus havia em Babilônia? Por que somente os três hebreus não se curvaram diante da estátua de ouro? O que aconteceu com os demais?

Devemos ter opinião, honrar nossa palavra. Se mudarmos de opinião, é porque fomos convencidos de que estávamos errado, e não porque a situação nos convém.

"A maior necessidade do mundo é a de homens. Homens que não se comprem e nem se vendam. Homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos. Homens que não tenham medo de apontar quem faz o mal. Homens que sejam tão fiéis ao dever, como a bússola é ao pólo. Homens que permaneçam firmes pelo que é reto.” E. G. White, Educação, p. 57

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Dia da Família, mais perto do que se pensa

Na última semana, ficamos sabendo sobre a lei que ordena a honra ao domingo na Croácia e também um projeto bastante semelhante no Espírito Santo.

Hoje à noite (quinta, 2/10), resolvi dar uma olhada na propaganda eleitoral da minha terra, Lages, para ver como as coisas andam por lá. Minha surpresa foi ver o candidato Manardo, do PT de Lages, líder sindical, pedir voto prometendo lutar contra a abertura do comércio no domingo, por ser este um dia sagrado [sic] e dedicado à família.

Comentei isto com minha esposa e vim escrever este post, para divulgar o e-mail enviado pelo amigo Marcelo Heidemann à deputada do ES. Tão logo comecei a escrever, minha esposa me disse que acabara de assistir, no horário eleitoral de Florianópolis, uma candidata do PV que se propôs a lutar pelo fechamento do comércio aos domingos, para fortalecer a "religião dos orixás".

A ligação da "religião dos orixás" com a Igreja romana já seria um farto campo para debates, mas fiquei boquiaberto com a larga disseminação da filosofia do fortalecimento do domingo, como o "dia da família", em um curso de tempo bastante curto.

Nos sentimos confortáveis ao pensar que leis dominicais estão sendo implantadas em um país distante, sem muita expressão, ou ainda em um outro estado do Brasil. Mas ver, com diferença de poucos segundos, dois candidatos apoiarem suas propostas eleitorais sobre a santificação do domingo, em duas cidades diferentes, nos faz refletir de maneira diferente sobre o assunto.

Será que estamos tão longe assim de leis que imporão a guarda do domingo? O campo de discussão deixou de ser um país distante e passou a ser a sua própria cidade! Este é o momento de orarmos e, mais do que nunca, buscarmos orientação na Palavra e na Inspiração.

Abaixo, segue o e-mail do Marcelo, nosso amigo da central de Florianópolis, a quem parabenizo pela iniciativa:
Senhora Deputada,

Quando li a matéria citada abaixo confesso que fiquei surpreso. Sou assessor parlamentar aqui na Assembléia Legislativa Catarinense. Temos um projeto de lei que tramita nesta Casa tratando de assunto relativo a concursos no sétimo dia da semana. O fato é que para nós aqui do gabinete do Deputado Nilson Gonçalves, entendemos que o sétimo dia é o sábado e não o domingo como propõe vossa lei.

Neste link: http://ww2.alesc.sc.gov.br/expediente/2008/PL__0082_8_2008.rtf Vossa Excelência poderá ver na íntegra nosso projeto. Espero que ajude a refletir e buscar a verdade. Um forte abraço dos amigos de Santa Catarina.

Marcelo Heidemann
Secretário Parlamentar
Assembléia Legislativa de Santa Catarina


Se você conhece candidatos que defendem o mesmo em sua cidade, poste um comentário com o nome, o número, partido e sua observação.

"Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, exultai e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima" Lc 21:28.

domingo, 21 de setembro de 2008

Mundo Irreal: E.G. White e a Ficção


Lembro detalhadamente do meu primeiro videogame: Um Dactar, da família Atari. Me senti eufórico, ao pesquisar detalhes para a publicação deste post, em ver na web as fotos do console, do qual eu já havia esquecido de muitos detalhes. Acreditem: tinha até uma chave seletora para TV's em cores e preto-e-branco!

Estava lá, processador de 8 bits, 1,19Mhz, 128 bytes de memória RAM (não não são 128 mega, são 128 bits mesmo!!!), resolução de 160x192 pixels, dois canais de áudio e jogos que não podiam passar de 4Kb - limite máximo do sistema. Juntamente com o meu console, vieram 4 joguinhos, os quais eu e meus irmãos selecionávamos com duas chavezinhas manuais no próprio cartucho: ursinho esperto; tron; pinball e mais um outro.

Ainda não tenho rugas nem cabelos brancos, mas me senti um museu vivo ao pensar na comparação do meu primeiro videogame com o último lançamento da Sony - o Playstation 3. Com mais de 15 milhões de unidades vendidas em todo o mundo(junho/08), ele possui:
  • HD SATA de 160Gb, com apenas 2,5 polegadas.
  • 8 núcleos de processamento paralelo (GPU), multi-tarefas.
  • 256Mb de RAM e mais 512Mb para o vídeo.
  • Reproduz imagens Full HD (mais de 10 vezes superioras às de uma TV comum)
  • Discos Blu-Ray (podendo chegar a até 50Gb)
  • Contecta-se à internet e reproduz quase todo tipo de mídia, desde músicas até filmes.
  • Usa wireless e bluetooth.
Tudo isto em uma arquitetura exclusiva, otimizada ao máximo para oferecer desempenho supremo, fazendo mais de um bilhão de cálculos por segundo.

Se você não é muito familiarizado com toda esta linguagem técnica, vou resumir dizendo que, no ano em que o homem foi à lua, toda a capacidade de processamento de todos os computadores do mundo era bastante inferior a um único console de PlayStation 3.

assista aos vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=I8AO9hAzUds
http://www.youtube.com/watch?v=GVXmj0lJzoI

valem a pena!!!

Está bem, mas o que tudo isto tem a ver com os objetivos deste blog? Vamos lá.

Dado o fabuloso poder do PS3, foi lançado, ao invés de um simples jogo, um ambiente virtual chamado de Home. Ele tem, basicamente, o mesmo conceito do Second Life: oferecer uma vida altenativa, digital, através da Internet.

Nele, o usuário pode criar uma versão virtual de si mesmo (ou avatar), morar em uma belíssima mansão, interagir com outros usuários reais (lógico, nas suas representações virtuais - "avatares"). Ou seja, ter e ser tudo aquilo que não pode na vida real.

Recentemente, noticiou-se o caso de alguns orientais que morreram em lanhouses após passarem dezenas de horas "vivendo" personagens em jogos de computador. Os psiquiatras afirmam que estas pessoas perderam o interesse e o contato com a sua vida real, e mergulharam em um sonho, do qual não queriam mais despertar. Exaurido por stress, confinamento, desidratação e subnutrição, o corpo dos indivíduos não suportou, levando-os à paradas cardíacas.

A indústria de games se tornou mais rentável do que a indústria de Hollywood. Milhões são gastos no desenvolvimento de games cada vez mais reais. Além dos tradicionais problemas com o conteúdo destes jogos (leia o livro "Nos Bastidores da Mídia", de Michelson Borges), agora a questão parece estar indo para um outro nível. A vida virtual, com certeza, será mais interessante do que a real.

Sinceramente, quem de nós não gostaria de acordar em uma belíssima - e limpíssima - mansão, cheia de parafernalhas milhonárias, visitada por belíssima(o)s modelos, e sair para algumas festas por uma cidade de céu sempre risonho e límpido, a bordo de um Lamborghini Reventon? E o melhor, sempre em um corpo atlético, jovem e com as roupas mais transadas?

Se você é pai, e a quantidade de tempo que seus filhos gastam na frente do videogame e do computador anda lhe incomodando, fique atento. Com cidades cada vez mais violentas, apartamentos cada vez menores, pais cada vez mais tempo fora de casa, a tendência é de que as crianças - sem supervisão - se refugiem em seus redutos eletrônicos para passar boa parte das suas horas de vigília.

Ellen White afirma que as literaturas de romance e ficção incapacitam o ser humano para discernir as preciosas mensagens da Palavra de Deus. A leitura da Bíblia se torna desinteressante, pois o cérebro foi excitado por uma leitura que hipertrofia a imaginação (veja Mente, Caráter e Personalidade, vol I, p. 108). E isto tudo em meros livros! Imagine o que 8 GPU's em paralelo podem fazer com a nossa imaginação!

Entendo que, para a maioria das pessoas, isto pode soar extremista. Soaria para mim, também, se eu ouvisse isto até pouco tempo atrás. Pessoas morreram, diretamente em função de não serem tais "extremistas"! Veja o caso da garota que foi assassinada, em Minas Gerais, em um jogo de RPG!

Outras pessoas têm a reação do "eu tenho controle sobre a situação". Será?

Repare na arquitetura das casas, no último século. As largas varandas, amplas janelas e bem-cuidados jardins trocados por muralhas, grades, alarmes, cadeados. As pessoas são prisioneiras da vida urbana, e fogem das suas realidades em novelas, filmes, big-brothers, séries, games. Enquanto isso, o arqui-enganador trabalha vorazmente em sua obra de destruição. "Multidões, multidões no vale da decisão!" (Jl 3:14)

A questão aqui não é se precisamos ou não de fuga. A questão é "onde nos refugiamos"? Quem é eficaz para nos conduzir em nossa jornada? "Deus é nosso refúgio e fortaleza" (Sl 46:1).

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Relatório Veltman

Muitos críticos de Ellen White usam o Relatório Veltman - Um documento publicado pela própria Igreja Adventista do Sétimo Dia, refletindo uma pesquisa científica sobre as bases literárias de Ellen G. White - para tentar acusá-la de plágio, bem como tentar minar sua inspiração profética.

Os perseguidores da Igreja Adventista do Sétimo Dia têm alardeado este relatório como sendo seu Santo Graal. Segundo eles, Fred Veltman teria "desmascarado" o dom profético de Ellen G. White, "provando" que seus escritos foram plágios deslavados de diversos autores de sua época. Segundo alguns sites, nada discretos em seu ódio contra a IASD, o livro "O Desejado de Todas as Nações" teria sido constituído de plágios inclusive de literatura de ficção.

Em um enredo digno de "Arquivo X", os avessos à Ellen White dizem que, apesar de publicado em um veículo oficial da IASD, o relatório foi mantido em segredo dos membros da mesma por desde então. O "Relatório Veltman" tem soado, no meio da dissidência Adventista, algo como "O 4º segredo de Fátima".

Haja vista a gravidade das acusações, sobretudo a roupagem pseudo-acadêmica que reveste os axiomas do artigo da Wikipédia (essa mesma!) encontrado em http://pt.wikipedia.org/wiki/Veltman_report, fiz uma breve pesquisa, diretamente nas fontes.

De fato, existe um relatório produzido pelo Dr. Fred Veltman, Ph.D, então diretor do departamento de Religião do Pacific Union College, em Angwin, Califórnia. O Dr. Veltman se dedicou à pesquisa das bases literárias da Sra. White e o seu uso nas obras da mesma. Este relatório deu origem à uma série de 4 artigos, nos meses de setembro à dezembro de 1990, na revista Ministry, veículo oficial da Associação Geral da IASD.

As conclusões, a partir da leitura do material, são bastante claras:

1. Fica bastante latente que o Dr. Veltman não procurou desmascarar Ellen White. Ele conduziu a pesquisa justamente com o objetivo contrário - o de esclarecer os fatos por trás dos burburinhos a respeito da bibliografia da obra da Sra. White.

2. Todos os textos usados pelos críticos da IASD, pelo menos em uma análise superficial, de fato existem - mas foram justamente arrancados de seu contexto e postos de uma forma que os fazem soar em um tom inverso da leitura geral do relatório.

3. A conclusão final do Dr. Veltman sobre as acusações de plágio é justamente o contrário do que os críticos têm apontado: "As I pointed out in my report, the investigation did not treat the issue of plagiarism. While we cannot settle that issue here, nor do I wish to minimize its importance, my personal opinion is that she was not guilty of this practice" (VELTMAN, 1990, p. 14). Em uma tradução livre: "Como eu ressaltei em meu relatório, a investigação não se trata da questão de plágio. Enquanto nós não podemos liquidar esta questão aqui, nem desejo eu minimizar sua importância, a minha opinião pessoal é que ela não é culpada de tal prática (VELTMAN, 1990, p.14).

A frase de mais forte dos críticos, extraída da edição de dezembro de 1990 da revista Ministry, é a seguinte (com a tradução dos próprios):

"Eu tenho que admitir para começar, que no meu julgamento esse é o mais sério problema para enfrentar com referência à dependência literária de Ellen White. Isso atinge o coração da sua honestidade, sua integridade e portanto da sua honrradez" (VELTMAN, 1990, p. 14).

Esta frase, na realidade, é a resposta à uma pergunta da própria revista, conforme segue:

"Como você [Veltman] harmoniza o uso das fontes por Ellen White com seus enunciados em contrário? Você pensa que a declaração introdutória do Grande Conflito constitui uma admissão adequada de dependência literária?" (VELTMAN, 1990, p. 14).

O interessante é que esta é a pergunta número 3. Na pergunta 1, Veltman (1990) já havia revelado que acreditava na inspiração divina da Sra. White. Na pergunta 2, o pesquisador também declarou (conforme texto já citado no início) que não culpa Ellen White de qualquer tipo de plágio. Ou seja, o sentido da frase foi alterado por sua remoção do contexto.

Se você tem conhecimento de inglês e alguns minutos livres, confira pessoalmente os exemplares, no site http://www.adventistarchives.org/docs/MIN/MIN1990-10/index.djvu. Neste endereço, logo após o "1990-", altere para o mês desejado (neste caso, o mês indicado é outubro). Você precisará do programa leitor do formato "djvu" para abrir as edições - bastante semelhante ao formato PDF da Adobe, que necessida doReader. Ele está disponível em http://www.lizardtech.com/download/

Na odisséia eletrônica pela mínima decência na Wikipédia, alterei o artigo em referência e, para surpresa minha, 24h depois ninguém ainda reverteu as alterações. O autor do artigo crítico original? Abviana - ele mesmo (leia a matéria anterior, para saber mais).

Espero que esta reflexão tenha auxiliado você na "garimpagem" da verdade, em meio a tantos sutis engodos.

"Crede no Senhor Deus e estareis seguros; crede em Seus profetas, e prosperareis" II Cr 20:20.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Corrupção na Wikipédia

O próprio nome já é uma corrupção da linguagem: estrangeirismo acentuado! e com "W"! (deveria, ao menos, ser Wikipedia ou Uiquipédia).

Sem dúvida a Wikipédia é uma ferramenta bastante útil na obtenção de informações para usos informais e conhecimentos gerais. Eu mesmo uso-a constantemente para a obtenção de dados geográficos para o quadro "Oração 10-40" do nosso programa J.A. na IASD central.

Seu uso também como satisfação da curiosidade é bastante interessante. Mas daí para um uso sério, é um longo caminho. Existem muitos artigos na web que criticam a forma como a Wikipédia é administrada e tem seu conteúdo gerado.

Poucas pessoas têm o conhecimento de que o conteúdo desta mídia está longe de ser, pelo menos na intenção, imparcial. Ao acessar o conteúdo da Wikipédia, todos esperam encontrar informações fidedignas como ter-se-ia em uma consulta à Barsa ou Larousse. O resultado disto é que, ao se depararem com informações tendenciosas, parciais ou incorretas, não se terá o filtro da dúvida ou da crítica sobre o artigo em questão, assumindo-o como verdade ou a representação do pensamento da maioria. Em ambos os casos, o estrago pode ser muito grande.

Notei a fragilidade do sistema da Wikipédia ao tentar desfazer uma série de falácias criminosas contra Ellen White em seu artigo em português. Realizei, na ocasião, também, acréscimos de outros textos e informações importantes sobre a autora.

Tão logo dispus as alterações, um usuário logado como "abviana" reverteu as alterações para o conteúdo anterior (sim, é possível - e fácil - fazer isto). Continuamos na guerra do faz-desfaz por algum tempo.

Um ano depois retornei à mesma meta, mas agora o mesmo usuário "abviana" reclamou com um dos "xerifes" da Wikipédia - "Fabiano" que, além de reverter as alterações legítimas e genuínas que havia feito, ainda bloqueou o artigo para que não pudesse ser mais alterado. A indicação do bloqueio foi: "artigo bloqueado por vandalismo"!

Entrei na comunidade da Wikipédia e, com a intercessão de algumas almas bondosas, a remoção foi retirada e hoje os textos a respeito da autora estão mais próximos de conduzir o leitor à uma avaliação mais correta daquela. Até quando, não sei.

O que me moveu a entrar nessa eletrônica, há mais de um ano, foi quando, falando sobre o dom profético a um colega de trabalho, vi que o mesmo foi procurar mais informações sobre Ellen White, justamente na Wikipédia.

Prefácio

Olá, caro leitor.

Não sei quantas pessoas irão ler as postagens deste blog, tampouco de onde serão, ou com que intenção irão buscar as informações aqui contidas. De qualquer forma, sou grato porque a web oferece estes canais que, se por um lado oferecem uma via fácil para a disseminação do lixo cultural e intelectual, por outro lado permite que as contra-argumentações sejam, também, disseminadas.

Desta forma o leitor terá o desafio de garimpar a verdade em meio à crescente montanha de vitupérios da informação mas, ao menos, terá a oportunidade de o fazê-lo.

Nunca pensei em criar um blog, haja vista a insignificância da minha produção literária ou empírica para tal fazer. Mas, a incremental revolta que me acomete cada vez que me deparo com inverdades escrachadas e espúrias, infelizmente dentro de canais que deveriam ser mais fidedignos, me estimulou a criá-lo.

De qualquer forma, é muito provável que não teremos postagens freqüentes, mas me dedicarei a produzir material de interesse ao cidadão de inteligência, inquiridor. Não que eu possua o primeiro, mas o espírito científico de arguir deve ser o moto com o qual todos nós - escritores e leitores vamos em busca das nossas razões.

O conteúdo deste blog deverá circundar temas ligados à religião, desde profecias até criacionismo.

A gota d'água que me levou ao ato de criar este blog, segue como a segunda postagem. É a argumentação de que Ellen White plagiou autores diversos e - pasmem! - o próprio Desejado de Todas as Nações não seria, na realidade, dela. Isto tudo ainda seria advindo de um pesquisador da própria Associação Geral que, em 1990, teria publicado um relatório que "desmascararia" a Sr.a White. Apesar de publicado este relatório na revista Ministry, estas informações teriam sido mantidas em sigilo dos membros da igreja (calma! tudo isso é uma deslavada mentira, com distorções grotescas e muitos textos escancaradamente arrancados de seus contextos para os mais pervertidos fins).

Abraço, e boa leitura!