domingo, 21 de setembro de 2008

Mundo Irreal: E.G. White e a Ficção


Lembro detalhadamente do meu primeiro videogame: Um Dactar, da família Atari. Me senti eufórico, ao pesquisar detalhes para a publicação deste post, em ver na web as fotos do console, do qual eu já havia esquecido de muitos detalhes. Acreditem: tinha até uma chave seletora para TV's em cores e preto-e-branco!

Estava lá, processador de 8 bits, 1,19Mhz, 128 bytes de memória RAM (não não são 128 mega, são 128 bits mesmo!!!), resolução de 160x192 pixels, dois canais de áudio e jogos que não podiam passar de 4Kb - limite máximo do sistema. Juntamente com o meu console, vieram 4 joguinhos, os quais eu e meus irmãos selecionávamos com duas chavezinhas manuais no próprio cartucho: ursinho esperto; tron; pinball e mais um outro.

Ainda não tenho rugas nem cabelos brancos, mas me senti um museu vivo ao pensar na comparação do meu primeiro videogame com o último lançamento da Sony - o Playstation 3. Com mais de 15 milhões de unidades vendidas em todo o mundo(junho/08), ele possui:
  • HD SATA de 160Gb, com apenas 2,5 polegadas.
  • 8 núcleos de processamento paralelo (GPU), multi-tarefas.
  • 256Mb de RAM e mais 512Mb para o vídeo.
  • Reproduz imagens Full HD (mais de 10 vezes superioras às de uma TV comum)
  • Discos Blu-Ray (podendo chegar a até 50Gb)
  • Contecta-se à internet e reproduz quase todo tipo de mídia, desde músicas até filmes.
  • Usa wireless e bluetooth.
Tudo isto em uma arquitetura exclusiva, otimizada ao máximo para oferecer desempenho supremo, fazendo mais de um bilhão de cálculos por segundo.

Se você não é muito familiarizado com toda esta linguagem técnica, vou resumir dizendo que, no ano em que o homem foi à lua, toda a capacidade de processamento de todos os computadores do mundo era bastante inferior a um único console de PlayStation 3.

assista aos vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=I8AO9hAzUds
http://www.youtube.com/watch?v=GVXmj0lJzoI

valem a pena!!!

Está bem, mas o que tudo isto tem a ver com os objetivos deste blog? Vamos lá.

Dado o fabuloso poder do PS3, foi lançado, ao invés de um simples jogo, um ambiente virtual chamado de Home. Ele tem, basicamente, o mesmo conceito do Second Life: oferecer uma vida altenativa, digital, através da Internet.

Nele, o usuário pode criar uma versão virtual de si mesmo (ou avatar), morar em uma belíssima mansão, interagir com outros usuários reais (lógico, nas suas representações virtuais - "avatares"). Ou seja, ter e ser tudo aquilo que não pode na vida real.

Recentemente, noticiou-se o caso de alguns orientais que morreram em lanhouses após passarem dezenas de horas "vivendo" personagens em jogos de computador. Os psiquiatras afirmam que estas pessoas perderam o interesse e o contato com a sua vida real, e mergulharam em um sonho, do qual não queriam mais despertar. Exaurido por stress, confinamento, desidratação e subnutrição, o corpo dos indivíduos não suportou, levando-os à paradas cardíacas.

A indústria de games se tornou mais rentável do que a indústria de Hollywood. Milhões são gastos no desenvolvimento de games cada vez mais reais. Além dos tradicionais problemas com o conteúdo destes jogos (leia o livro "Nos Bastidores da Mídia", de Michelson Borges), agora a questão parece estar indo para um outro nível. A vida virtual, com certeza, será mais interessante do que a real.

Sinceramente, quem de nós não gostaria de acordar em uma belíssima - e limpíssima - mansão, cheia de parafernalhas milhonárias, visitada por belíssima(o)s modelos, e sair para algumas festas por uma cidade de céu sempre risonho e límpido, a bordo de um Lamborghini Reventon? E o melhor, sempre em um corpo atlético, jovem e com as roupas mais transadas?

Se você é pai, e a quantidade de tempo que seus filhos gastam na frente do videogame e do computador anda lhe incomodando, fique atento. Com cidades cada vez mais violentas, apartamentos cada vez menores, pais cada vez mais tempo fora de casa, a tendência é de que as crianças - sem supervisão - se refugiem em seus redutos eletrônicos para passar boa parte das suas horas de vigília.

Ellen White afirma que as literaturas de romance e ficção incapacitam o ser humano para discernir as preciosas mensagens da Palavra de Deus. A leitura da Bíblia se torna desinteressante, pois o cérebro foi excitado por uma leitura que hipertrofia a imaginação (veja Mente, Caráter e Personalidade, vol I, p. 108). E isto tudo em meros livros! Imagine o que 8 GPU's em paralelo podem fazer com a nossa imaginação!

Entendo que, para a maioria das pessoas, isto pode soar extremista. Soaria para mim, também, se eu ouvisse isto até pouco tempo atrás. Pessoas morreram, diretamente em função de não serem tais "extremistas"! Veja o caso da garota que foi assassinada, em Minas Gerais, em um jogo de RPG!

Outras pessoas têm a reação do "eu tenho controle sobre a situação". Será?

Repare na arquitetura das casas, no último século. As largas varandas, amplas janelas e bem-cuidados jardins trocados por muralhas, grades, alarmes, cadeados. As pessoas são prisioneiras da vida urbana, e fogem das suas realidades em novelas, filmes, big-brothers, séries, games. Enquanto isso, o arqui-enganador trabalha vorazmente em sua obra de destruição. "Multidões, multidões no vale da decisão!" (Jl 3:14)

A questão aqui não é se precisamos ou não de fuga. A questão é "onde nos refugiamos"? Quem é eficaz para nos conduzir em nossa jornada? "Deus é nosso refúgio e fortaleza" (Sl 46:1).

Um comentário:

Anne Caroline disse...

Realmente, é incrível como a tecnologia tem tomado grande parte de nosso tempo, e mais inacreditável é que ela está tomando o lugar de nossa vida. Parabéns pela postagem, temos que ficar atentos a e esse excesso de ficção