quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O Incrível Cérebro Humano: Um dia será reproduzido?

O cérebro humano virtual que virou fatia do cérebro de um camundongo

O cérebro humano virtual que virou fatia do cérebro de um camundongo
Ilustração da fatia do cérebro virtual simulada em computador. [Imagem: Makram et al./Cell 2015]
Fatia de cérebro virtual
Lançado há pouco mais de uma década, o Projeto Blue Brain, apresentou os primeiros resultados rumo ao ainda distante objetivo de criar um cérebro virtual.
A primeira versão representa uma versão em software de uma pequena fatia de um cérebro de um camundongo jovem.
São 55 camadas de células e 31.000 neurônios de 207 tipos diferentes que, quando postos para funcionar, geram cerca de 40 milhões de sinapses e 2.000 conexões entre cada tipo de célula cerebral.
"A reconstrução exigiu um número enorme de experimentos. Ela abre o caminho para prever a localização, o número e até mesmo a quantidade de íons fluindo através das 40 milhões de sinapses," disse o coordenador do projeto, o professor Henry Markram, da Escola Politécnica Federal de Lausane, na Suíça.
Estados cerebrais
Embora ainda não seja um cérebro virtual completo, o simulador está permitindo analisar o comportamento dos diversos tipos de neurônios sob diferentes condições.
Uma das simulações, por exemplo, mostrou que um único parâmetro, o nível de íons de cálcio nas sinapses, pode produzir padrões de longo alcance na atividade cerebral, padrões esses que não poderiam ser previstos com base nas características dos neurônios individuais.
Um desses padrões emergentes, produzido pelas simulações, foram as ondas de atividade neuronal do tipo síncronas lentas, que são observadas no cérebro durante o sono, o que sugere que os circuitos neurais alternam entre diferentes "estados", que podem estar na base de comportamentos específicos.
Imensidão
Há exatos 10 anos, no momento do lançamento do Projeto Blue Brain, o próprio Dr. Markram afirmou que "não é impossível construir um cérebro humano e podemos fazer isso em 10 anos."
A década se passou e os resultados são muito mais modestos, mostrando o quanto ainda é desconhecida a imensidão do esforço necessário para simular um cérebro em computador.
Todos os resultados estão sendo disponibilizados gratuitamente para a comunidade científica, no endereço https://bbp.epfl.ch/nmc-portal.

Nota do Blog: Gosto muito do site inovacaotecnologica.com.br pela objetividade e honestidade com que noticiam e comentam os fatos tecnológicos e científicos que pululam diariamente afora pelo mundo.

Alguns pesquisadores (note, não é a ciência, são alguns pesquisadores), às vezes, são bastante pretensiosos. O experimento descrito nesta notícia foi produzido em um supercomputador dedicado, e conseguiu simular 31 mil neurônios e 40 milhões de sinapses. Para comparação, o cérebro humano tem quase 100 bilhões de neurônios e, como noticiado já anteriormente neste blog, cada um deles é mais do que um correspondente biológico de um transístor: é um processador em si mesmo (então, se você se acha poderoso com seu computador Intel I7 de 8 núcleos, pense no seu cérebro de quase 100 bilhões de núcleos!). E as sinapses do cérebro humano são da ordem dos trilhões. As sinapses nos neurônios ocorrem por processos químicos em uma velocidade absurdamente maior do que os chaveamentos nas camadas P e N dentro do transístor de um computador.

Não sei se me assombro mais com quem achou que iria simular assim em prazos de 10 anos um cérebro humano completo ou com quem acredita nestas profecias nada realistas dos sacerdotes da tecnologia humanista. E, ademais, gostaria de ver um computador fazer isto consumindo a mesma energia que o cérebro consome, como, tipo assim, colocar uma concha de feijão e uma colher de arroz, mais um ovo frito, e o "cérebro eletrônico" começar a falar, reclamar do tempero e pedir água para acompanhar...

Não sou anti-tecnologia, menos ainda anti-ciência, muito antes pelo contrário. É que a questão aqui não é de ciência e tecnologia, mas é de fé. Fé de algumas pessoas, que se apropriam da ciência para defender sua filosofia naturalista, em querer materializar e supersimplificar (ou "coisificar") a vida humana e, paradoxalmente, superenfatizar o gênio humano.

No fim das contas, a ideia é de que, se somos gosminhas evoluídas, vamos acabar por construir algo igual ou superior a nós mesmos, e seremos os deuses deste planeta, para aproveitarmos bem os prazeres da nossa curta vida, pois ela não tem propósito nem sentido.

Mas os fatos apontam em outro sentido: a vida, em especial a humana, é muito mais complexa do que se pensava. Cada nova descoberta põe o horizonte cada vez mais adiante, e aponta para Alguém de quem não existem superlativos suficientes para Sua descrição em termos de inteligência, arte, majestade e amor.

- Ah, e os problemas e defeitos e doenças e violência e más-formações e morte que vemos por todos os lados?
- "Um inimigo fez isto" Mt. 13:28

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