O título desta matéria é a transcrição, ipsis literis, do título de uma reportagem da Revista Veja, edição 2.144 de 23 de dezembro de 2009.
A reportagem conta sobre a descoberta, por parte de cientistas espanhóis, de que o mar Mediterrâneo foi formado em cerca de dois anos por uma inundação catastrófica. O Mediterrâneo banha o norte da África e o sul da Europa, e é o mar pelo qual o apóstolo Paulo navegava em suas viagens missionárias.
De acordo com a revista: “o Mediterrâneo atual nasceu de um dos mais espetaculares dilúvios já ocorridos na história do planeta. Há 5,3 milhões de anos [sic], também pelo movimento das placas tectônicas, de acordo com o estudo espanhol, a água do Atlântico se lançou com a força de um tsunami sobre as montanhas que o separavam do Mediterrâneo. As águas correram durante dois anos, com um fluxo equivalente a 1000 vezes o do Rio Amazonas atual, elevando o nível do Mediterrâneo em 10 metros por dia. Trata-se de um ritmo espantoso para acontecimentos naturais [sic] dessa dimensão. A erosão provocada pela correnteza violenta teria criado o Estreito de Gibraltar, estabelecendo a ligação que até hoje perdura entre o Mediterrâneo e o Atlântico. [...] Os cientistas sempre tiveram dificuldade em determinar a dimensão da enchente que devolveu o Mediterrâneo à vida – e quanto tempo ela durou. Achava-se que os registros da passagem da água tinham desaparecido das camadas de solo sob o Estreito de Gibraltar há muito tempo e que, portanto, seria impossível recuperar como o fenômeno se deu. Para levarem a cabo seu estudo, cientistas espanhóis se beneficiaram das prospecções feitas recentemente no estreito com vistas à construção de um túnel ligando a Espanha ao Marrocos, no norte da África. Durante as escavações, descobriu-se que as camadas subterrâneas do estreito abrigam um canal com 500 metros de profundidade e 10 quilômetros de largura. O canal tem formato de U, o que leva a concluir que é remanescente de uma enchente duradoura e de grandes proporções. ‘Até os anos 90, achava-se que a água que fez o Mediterrâneo renascer havia sido conduzida por rios’, diz o geólogo Garcia-Catellanos, que chefiou a pesquisa espanhola. ‘Agora, os cálculos das medidas da erosão mostram que ela só pode ter sido produzida por um fluxo violento de água’, ele completa. [...] Quem vê hoje os recantos paradisíacos do litoral do Mediterrâneo não o imagina como cenário de um cataclismo dessas proporções.”
Impressionantes as declarações destes cientistas! Note as palavras tanto da revista (que é, tradicionalmente avessa, a qualquer visão que não seja a da coalizão extremo-evolucionista doutrinária) quanto de Garcia-Castellanos!
Não entrarei na discussão dos métodos de datação que, preemptivamente utilizam a teoria das antiqüíssimas eras geológicas (viciosa, é verdade) como alicerce para seus cálculos, mas as evidências de um grandioso e cataclísmico dilúvio universal estão se tornando literalmente “uma verdade inconveniente”.
Porque os “cientistas” negam tão veementemente o dilúvio? Muito simples. Há dois anos li “A Origem das Espécies” de Darwin e na simples contemplação deste livro o leitor percebe, claramente, a forte dependência da teoria da evolução em relação às longínquas datas das eras geológicas. Se houve uma destruição recente da terra, e esta destruição pode explicar a coluna geológica como sendo, relativamente, muito jovem, ao invés de conter centenas de milhões de anos, a teoria da evolução rui completamente (embora existam, além deste, inúmeros argumentos contra a referida teoria).
Se a teoria da evolução rui completamente, então, Alguém nos pôs aqui, com fortes chances de ser O Cristo que foi morto e ressurreto (outro tema para exploração à parte). E essa ideologia afetaria a visão que a humanidade tem de si mesma e da sua responsabilidade para com o seu próprio futuro, criticando drasticamente seu modo de vida no presente, o que a maioria de nós não iria gostar nem um pouco.
É verdade que a ciência não pode relegar todas as respostas ao sobrenatural, pois então voltaríamos à Idade Média. Todavia, qualquer cientista com um mínimo de decência e honestidade reconhece a grande falha das teorias científicas em explicar as questões cruciais sobre nosso universo. Segundo a teologia, não é possível ao homem compreender o Infinito. Resta aos cientistas serem menos pastores de São Darwin, com suas tochas acesas contra qualquer um que ouse questionar suas crendices e superstições (leiam-se “teorias”). Resta aos religiosos serem mais cientistas e buscar a fronteira em que a ciência pode penetrar nos desígnios do Infinito, não almejando ultrapassá-la, tampouco se contentando em não alcançá-la.
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