“Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada” (Pv 8:34).
Há cerca de 3 mil anos, o povo de Israel desejou um rei. Um jovem promissor, que se destacava entre a multidão, foi escolhido. Seu nome era Saul.
Saul era de uma próspera família da tribo de Benjamin. Era alto de forma que aparecia entre a multidão a partir dos ombros para cima. Era belo como nenhum outro em Israel. O profeta Samuel fora encarregado de ungi-lo como o novo soberano da nação, tarefa que cumpriu com alegria. Saul fora ungido com o Espírito Santo, chegou até mesmo a receber o dom de profecia.
No entanto, com o passar do tempo, Saul foi mostrando uma série de fraquezas. Na primeira guerra que enfrentou contra os filisteus, os maiores inimigos de Israel na época, Saul esperou sete dias pela vinda do profeta Samuel, para que este fizesse um sacrifício especial pelo povo. Israel só entraria em combate após a certeza da bênção divina. Angustiado pela demora e pela arregimentação das tropas do inimigo, Saul decidiu oferecer ele mesmo o sacrifício – o que era uma profanação. Tão logo oferecera o sacrifício, o profeta Samuel chegou. Quando viu a cena deplhorável, o ancião disse ao rei que o reino não mais lhe pertenceria.
Pouco tempo após este episódio, também em um enfrentamento com os Filisteus, Saul intentou matar o próprio filho Jônatas, herói daquela batalha, simplesmente porque ele e seus homens comeram mel. O rei, em um súbito de vaidade e precipitação, havia feito um juramento de que ninguém provaria alimento até ao final do dia, o qual não ouvira Jônatas e seus homens.
Em um caso particular, Saul chegou ao “fim da linha”: ao invés de destruir completamente os amalequitas, uma ordem direta data por Deus, “poupou” o melhor do gado para oferecer em sacrifíco ao Senhor, o que se constituia em uma mal-disfarçada mentira.
Depois disto, o Senhor arrependeu-se de ter constituído Saul rei sobre Israel (cf. I Sm 15:11). A partir de então, a vida de Saul foi cada vez mais se afastando de Deus. Morreu vergonhosamente em desespero e medo, logo após consultar um demônio em forma do falecido profeta Samuel, em uma sessão mediúnica com a pitoniza de Endor.
Saul tinha tudo, tinha, como costumamos dizer, “a faca e o queijo na mão”, e jogou tudo pela janela. Simplesmente porque não foi totalmente fiel no que o Senhor lhe ordenara.
Deus havia dito que a tribo de Levi e os sacerdotes por Ele ungidos, apenas, poderiam oferecer-lhE sacrifícios e estarem envolvidos nos serviços santos do templo. Saul racionalizou, humanamente, e relativizou essa clara ordem. Afinal, pensou, “não sou eu o rei de Israel?” não fora ele, também, ungido pelo Senhor? que mal havia em oferecer um sacrifício para o qual o velho profeta Samuel já estava atrasado sete dias?
Por que não tomar do melhor do despojo do povo amalequita para oferecer sacrifícios ao Senhor? Porque tinha que ser tudo ao “pé-da-letra” como mandara Deus? Será que as ordens dadas não poderiam ser flexibilizadas, em nome de um bem maior?
O mundo passa por constantes mudanças. Estas mudanças estão acontecendo cada vez mais rapidamente. A produção de conhecimento, os avanços tecnológicos e científicos estão geometricamente progredindo. As mudanças no clima, na cultura, na política, na sociedade são grandes, rápidas e inegáveis. Mas Deus não muda. O profeta Malaquias nos adverte: “Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3:6).
Ou seja, o mundo pode mudar, o homem pode mudar, as promessas humanas podem ser quebradas. Mas O Deus de hoje é O mesmo Deus de Samuel, O mesmo Deus do velho e do novo testamento. Ele cumprirá Suas promessas.
Isto significa redenção para os justos, e destruição para os ímpios. Não existe relativismo. Não existe uma verdade dependente da cultura. Existe apenas uma Justiça eterna, que Foi, É, e pra sempre Será.
Saul poderia ter se arrependido. Poderia, em humildade, retornar aO Senhor e confessar seu erro. O Senhor não o abandonaria. “... e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6:37). Mas preferiu seguir, obstinadamente, o caminho da destruição.
E você, leitor? Quais são as escolhas que você está fazendo hoje? As decisões que tomamos exatamente agora refletirão para sempre em nosso destino. Cada passo dado nos leva para Deus ou nos afasta dEle. Não há meio-termo. Quem quiser ficar neutro nesta guerra, já escolheu um lado, e o pior: o lado derrotado.
Hoje, você tem a “faca e o queijo na mão”. Tome a decisão correta. Existe um Deus que está lhe esperando de braços abertos, com vida eterna, eterna felicidade, em um lugar maravilhoso, tão real quanto a cadeira em que você está sentado. Tão tangível e material quanto a tela que você olha agora. Ele aguarda apenas a Sua permissão. “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap. 2:10).
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