Quando eu cursava minha graduação há quase 10 anos, lembro de ter visto uma reportagem comparando os estudantes da Coréia do Sul com os do Brasil. Ambos os países tinham índices de educação e P&D semelhantes nos anos 80, com ligeira vantagem para o Brasil. Em 20 anos, porém, tudo mudou. A Coréia do Sul registra várias vezes mais patentes do que nosso País, além de ter um exército invejável de cientistas e tecnólogos.
Chamou-me a atenção então o fato de que não foram apontadas apenas as políticas públicas do tigre asiático em comparação com as tupiniquins, mas, principalmente, a postura dos alunos sul-coreanos em contraste com os brasileiros. Enquanto os primeiros se esforçavam por disputar olimpíadas de matemática e se dedicarem à carreira científica, os nossos faziam campeonatos de truco regados a muita cerveja.
É claro que aqui estamos falando de generalizações, mas a reportagem do G1 (confira aqui) mostra que alguns acadêmicos do Brasil estão muito preocupados com esta nova cultura "Universitária" que tem definido uma geração.
O uso de álcool é bastante incentivado e parece ser um "lugar comum" nas letras de Sertanejo Universitário. O interessante das pesquisas citadas na reportagem é que elas provêm uma base bastante objetiva para comparação. Na nossa sociedade cartesiana (quando lhe convém), parece que temos que mostrar em números o que as pessoas se recusam a aceitar. Pois bem: eles estão aí. Dos 48 autores de sertanejo pesquisados, 85% deles utilizaram a temática, sendo que os campeões recorrem ao assunto 19 vezes em suas letras. Em todas as letras, o consumo de álcool está associado a bem estar, felicidade, diversão e conforto.
Muito oportuno ainda é o título da dissertação de uma das pesquisadoras: "Felicidade engarrafada: Bebidas alcoólicas nas músicas sertanejas". Quem sabe se usássemos melhor os poucos anos da juventude para extrairmos o melhor de nós mesmos ao invés de destruirmos os neurônios com as drogas lícitas e ilícitas, muito mais do que meramente fazer frente aos outros países em desenvolvimento, teríamos uma sociedade melhor, mais justa e, individualmente, um futuro com mais realizações...
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