Ucrânia limita suas exportações de cereais até o final de 2010
KIEV (AFP) - A Ucrânia, um dos principais exportadores mundiais de cereais, decidiu impor cotas às exportações desses produtos até o final do ano, afirmou nesta quinta-feira um porta-voz do governo, Artem Petrenko.
O governo ucraniano decidiu permitir a venda de 2 milhões de toneladas de milho, de 500.000 toneladas de trigo e de 500.000 toneladas de cevada.Esta medida permanecerá em vigor até o final do ano, acrescentou Petrenko.
Entre outubro e dezembro de 2009, a Ucrânia exportou 3,26 milhões de trigo, 1,54 milhão de toneladas de cevada e 2,42 milhões de toneladas de milho, segundo a agência ucraniana de análises do setor agrícola Proagro.
A Ucrânia, principal abastecedor mundial de cevada e sexto de trigo produzido pelo fértil solo das terras negras, sofreu uma onda de calor durante o verão boreal que levou o governo a reduzir suas previsões de colheita de cereais a 39 milhões de toneladas contra 46 milhões de toneladas em 2009.
A Rússia, também afetada pela seca, impôs, por sua parte, um embargo total a suas exportações de cereais a partir de 15 de agosto até o fim do ano, o que disparou os preços nos mercados mundiais [ênfases acrescentadas].
Nota: em breve a produção de alimentos e fornecimento de água potável se tornarão críticos para a sociedade. A superpopulação, os problemas climáticos e o desequilíbrio do ecosistema gerado pela atividade humana são riscos reais ao abastecimento. Interessante notar como a mídia e a política tiraram da pauta o importante assunto da crise de alimentos, que estava em alta cerca de dois anos atrás. Este assunto foi substituído pela crise econômica de 2008, pelas catástrofes naturais e, simplesmente, foi abandonado, sem ter sido resolvido.
A comoditização e baixa precificação dos produtos naturais exportados pelos países em desenvolvimento pode se reverter nas próximas décadas, sendo que os alimentos podem se tornar produtos de alto valor de troca.Países como a Ucrânia e a Rússia estão despertando para a situação e impondo restrições legais para a exportação dos recursos. O Brasil, até agora um grande celeiro, precisa estar atento para esta realidade do século XXI. A compra de terras por estrangeiros finalmente começou a ser melhor regulamentada, mas especialistas dizem que ainda é pouco. Sem as devidas providências, as populações carentes dos países em desenvolvimento podem não ter chance de arcar com os preços gerados pelo aumento da demanda. Também podem ter suas necessidades não supridas por suas terras cultiváveis serem usadas para produção de combustíveis vendidos no país ou no exterior.
"Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares" Mt 24:7
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